Molhando a Palavra faz tributo ao compositor de samba-enredo
O Departamento Cultural realiza no dia 16 de junho a partir de 17h a segunda edição de seu novo projeto Portela Molhando a Palavra, com uma homenagem ao samba-enredo, este gênero que embala os desfiles e, mesmo sem viver o mesmo protagonismo de antes, ainda possui uma legião de admiradores.
“Existe melhor forma de homenagear o gênero samba-enredo, que celebrar as obras dos compositores que já assinaram hinos que a Portela levou para a avenida”, justifica o diretor do Departamento Cultural, Rogério Rodrigues.
O Cultural convidou uma série de nomes que assinaram sambas campeões para a roda de conversa: como Espanhol, autor do hino de 1990; Cláudio Russo, que compôs os de 1993 e 1994; Flávio Bororó, um dos autores do samba de 2001; Ciraninho, responsável pelos hinos de 2007 a 2010. Também já confirmaram presença Luís Carlos Máximo, um dos autores do samba de 2009 e também dos de 2012 (o inesquecível “Madureira sobe o Pelô”), 2013 e de 2014, primeiro sob a administração Portela Verdade e que serviu maravilhosamente a um desfile muito forte; e Samir Trindade, autor dos sambas de 2016, 2017 e 2018.
O bate-papo terá as mediações do presidente executivo Luis Carlos Magalhães e do membro da comissão de carnaval Fábio Pavão. Depois do bate-papo, teremos uma grande roda de sambas com os conjuntos musicais da Galeria da Velha Guarda da Portela e da Ala de Compositores Ary do Cavaco.
Além da tarde de muito samba-enredo, vamos homenagear dois expoentes em matéria de sambas campeões na Águia Altaneira. Os compositores Davi Correa e Noca da Portela vão receber na ocasião a Medalha Natalino José do Nascimento, honraria criada por sugestão do nosso saudoso Marcos Falcon e destinada a portelenses que prestaram e/ou ainda prestam relevantes contribuições para a história da Majestade do Samba.
Ambos possuem sete vitórias nos concursos internos de samba-enredo, que levaram a Portela a realizar grandes e inesquecíveis carnavais: Davi venceu em 1973, 1975, 1979, 1980, 1981, 1982 e 2002; Noca da Portela em 1976, 1985, 1995, 1998, 1999, 2005 e 2015.
“Mais do que números, Davi nos legou refrões como Vou me embora, vou me embora, Eu aqui voltou mais Não, Vou Morar no Infinito e Virar Constelação, e fez a trilha sonora de quatro desfiles muito fortes da escola, inclusive o do título de 1980″, relembra Rogério. “Já Noca nos legou o maravilhoso Gosto que Me Enrosco, e embalou o segundo desfile deste renascimento da escola, ano em que levamos para a avenida a icônica Águia Redentora.” E completa: “nada mais justo que receberem esta homenagem como símbolo do carinho que o mundo do samba tem pela ala de compositores da Majestade do Samba”.
A medalha será entregue dois dias antes do aniversário de nascimento de Paulo da Portela, baluarte fundador da escola e idealizador da junção pioneira entre tema, alegorias, fantasias e samba, em 1939, quando a Águia conquistou o seu segundo título de campeã do carnaval. Nada mais propício para celebrar os 95 anos de fundação da escola.
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